27 de julho de 2012

Coincidências...

Depois de ter acabado de ler esta semana o "Comer, Orar, Amar", de E. Gilbert, estava ansiosa sobre qual o livro que iria ler de seguida. Por coincidência, numa destas tardes, assisti a uma entrevista na televisão à Psicóloga Marta Gautier. Nesta entrevista ela falava sobre o seu trabalho e o resultado do seu trabalho que tem vindo a ser publicado em alguns livros. Lembrei-me de imediato que tinha comprado há cerca de um ano e meio um livro dela, que me pareceu interessante, embora não fosse o momento indicado para o ler.
O livro intitula-se "Não há famílias perfeitas", e tem prefácio por Marcelo Rebelo de Sousa. Pois bem, iniciei-o esta semana, e terminei-o hoje.
Recomendo-o a todas os casais que pensam ser pais ou que o foram recentemente.
Apesar de não estar nos meus planos, para um futuro próximo, a questão da maternidade, como tia de 3 lindas crianças, e como mulher que anseia pela experiência maternal, esta leitura foi um desafio. Ajudou-me a ultrapassar uma série de questões difíceis, que tinha como dogmas, que afinal mais não são do que as dúvidas, anseios, dores, alegrias que todas as mulheres têm. Livro fantástico, que narra na primeira pessoa um conjunto de histórias que têm como tema comum as Competências Parentais. Ideal também para profissionais da área...
Deixo alguns dos trechos que mais me marcaram:

"A mudança implica risco e o risco mete-me medo. É como aquelas pessoas que não arranjam namorado porque acham que não têm sorte nem jeito: instalam-se confortavelmente nesse estatuto de pessoa azarada e infeliz e, sem perceberem, convocam isso nos outros, que então não se aproximam para assim não estragar o castelo bem montado de vítima."


"(...) sem margem para dúvidas, em relação aos seus filhos, os pais devem por exemplo, deitá-los e levantá-los cedo, promover uma alimentação rica, (...), acompanhar de perto a escolaridade, controlar as companhias, tirá-los da frente da televisão, tirá-los da frente do computador, tirá-los da frente da playstation, tirá-los da frente dos doces, não lhes bater, não elevar a voz. (...) A questão não está no equilíbrio e bom senso destes princípios mas, antes, no sistema quase ditatorial que os impõe e o facto de, por engano e por defeito, lhe poder estar associada uma intrusão no papel e personalidade dos pais, correndo o risco de roubar a criatividade que define a singularidade de cada família.
Antigamente, as pessoas tinham muitos filhos, que se criavam e cresciam. Hoje, cada casal tem poucas crianças e estas são olhadas como uma raridade cuja fragilidade obriga a observar um rigoroso regulamento(...). O instinto parental é subestimado e apresenta-se como substituível pelos livros, folhetos e folhetins que se atropelam pelo meio das demandas dos pediatras, amigos, sogros,pais ou alguém que passe na rua e ache que o menino devia trazer um casaco".

3 comentários:

  1. Respostas
    1. Devo dizer-te, que mais uma coincidência, é que pensei bastante em ti ao ler o livro. O facto de teres comentado este post, faz-me pensar que sou capaz de to levar para passares os olhos ;)

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    2. Gostava que o trouxesses para ler nos poucos momentos livres que tenho. Gostava mesmo muito!!!

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