26 de agosto de 2018

Regresso ao trabalho...

Depois de vários meses de ausência, regressei esta semana ao meu posto de trabalho enquanto vendedora. É estranho voltar a um local que já conheci tão bem, onde já dominei quase todas as variáveis e sentir que tenho de partir depois de tanto tempo de ausência... Houve algumas mudanças, mas nada de extraordinário, portanto é uma questão de dias até que tudo volte a ser extremamente rotineiro e igual a todos os dias.
Posto isto, tomei a iniciativa de falar imediatamente no primeiro dia de trabalho com a minha patroa para lhe apresentar os meus projectos para os próximos meses. Foi, sem surpresa que percebi que ela tinha outros planos para mim. Por muito que sinta o reconhecimento da parte dela de todo o esforço e mérito pelos resultados obtidos pelo passado, é apenas no momento em que lhe anuncio os MEUS projectos, e as minhas ideias e que se tudo correr como espero, partirei num futuro muito próximo, que me é dito de forma mais directa que havia um outro projecto para mim. 
Antes de vir de licença de maternidade já se adivinhava que viria uma promoção pelo horizonte e que, provavelmente, ao meu regresso, se iria confirmar. Mas agora foi-me apresentada como proposta para que eu fique. 
Estou a viver momentos de grande solidão, em que sei que tenho de tomar uma decisão: optar pelo caminho mais fácil e seguro (continuar onde estou, no quadro, com uma promoção e consequente aumento de salário, mesmo ao lado de casa, e num ambiente que já conheço....) ou partir para a incerteza (tentar entrar numa formação para obter as equivalências ao meu diploma português em França, por isso, no mínimo 6 meses de formação longe de casa, e a seguir, partir novamente para o mercado de emprego, com 35 anos às costas e uma família que precisa muito de mim....)
Sei qual é o caminho mais fácil. E sei qual é o caminho que o meu coração quer seguir.
Enquanto eu estiver no comércio nunca terei um fim-de-semana em família. O meu dia terminará sempre às 20H e nunca terei a possibilidade de ir buscar as meninas à escola, como fazem a maioria dos pais. Mas acima de tudo, ainda que este novo posto represente novas responsabilidades, eu já o ocupei a título temporário e em substituição e sei que intelectualmente não é suficiente para aquilo que eu preciso e quero fazer. 
Uma decisão é necessária. Adivinha-se uma semana de noites curtas e mal dormidas.
A incerteza e o desconhecido metem-me sempre tanto medo... Mas a certeza da desilusão de um trabalho que não me corresponde a 100% pode ser tão maléfico para o meu bem-estar....



NOTA POST SCRIPTUM:
Acabei de publicar este post e abri o livro Alquimista do Paulo Coelho, que li recentemente, e no qual fiz vários sublinhados de ideias que me marcaram para ir partilhando e relendo aqui no blogue. O sublinhado da página que abri diz:
"...personne ne doit avoir peur de l'inconnu, parce que tout homme est capable de conquérir ce qu'il veut et qui lui est nécessaire.
Tout ce que nous craignons, c'est de perdre ce que nous possédons, qu'il s'agisse de notre vie ou de nos cultures. Mais cette crainte cesse lorsque nous comprenons que notre histoire et l'histoire du monde ont été écrites par la même Main."

Obrigada a Deus e ao Universo por me trazerem respostas de uma forma tão óbvia.

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