25 de julho de 2018

Vitória...


A Vitória chama-se Vitória porque é uma vencedora. Antes mesmo de chegar a este mundo, já tinha vencido. Venceu o obstáculo da endometriose da mãe e dos problemas de uretra do pai. Contra todas as expectativas de equipas médicas, um milagre aconteceu. Quando já havia consultas marcadas para retomar os tratamentos de fertilidade que tínhamos feito para ter a Gabriela, aparece um pontinho no ovário, com um coração que batia, a dizer "Estou aqui, cheguei, venci!". 
Quando se confirmou que era uma menina, o nome estava já escolhido.
Foi escolhido pela Isabel. Quando eu estava grávida da Gabriela, a Isabel disse-me um dia que apesar do nome da bébé já estar escolhido, nós deveríamos chamar-lhe Vitória, porque era uma vitória termos este bébé. Na altura, já tínhamos escolhido Gabriela e não nos pareceu correcto mudar. Mas a ideia ficou... Ao sabermos que íamos ter mais uma menina, não houve sequer tempo de reflexão. Perguntei ao Ni o que é que ele achava, e ele sorriu. Era óbvio!!!
Há cerca de 4 meses atrás nascia então a Vitória. Um parto que correu muito bem, sem pontos, sem dramas, sem grandes cicatrizes. Sim, a bébé tinha duas voltas de cordão no pescoço, mas aguentou muito bem as 10 horas de parto. Nasceu linda, serena, a pedir-nos apenas para ser amada. Foi logo posta ao peito, e parecia que toda a minha vida tinha sido feita para chegar àquele momento... A perfeição existe! 
Estávamos na Semana Santa. As visitas à maternidade, por razões de segurança e dada a existência de vários vírus na zona, estava restrita aos pais e irmãos mais velhos. Apesar de sentir grande tristeza porque a minha mãe não nos podia vir visitar, senti-me bastante resguardada. Havia no ar da maternidade um ambiente de calma e serenidade, que eu não tinha conhecido quando tive a Gabriela. Menos barulho nos corredores, mais calma, a possibilidade de fazer uma sestinha quando a Vitória também dormia. Mesmo nas equipas de saúde notava-se que a calma e a serenidade reinavam. Tive muito mais apoio para lançar a amamentação do que tinha tido pelo nascimento da Gabriela. Tive sempre alguém disponível para as minhas dúvidas e receios. 
A Vitória teve de fazer duas visitas à incubadora e o acompanhamento foi excelente. Correu tudo muito bem. 
A Gabriela veio conhecer a mana, e foi assim o momento mais especial da minha vida até hoje. Eu, o Ni e as nossas duas princesas. Amor a transbordar, coração cheio, sorriso na alma e no rosto. Acredito que para perceber o alcance da felicidade que um momento destes propícia na vida de um comum mortal é preciso vivê-lo. Não há palavras no dicionário dos homens que permitam verbalizar a magia que ocorreu naquele quarto.

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